Dizer que o mundo está cada vez mais globalizado é quase uma notícia antiga. O acesso cada vez mais fácil à Internet e a utilização em massa das redes sociais permitem que o que acontece num determinado local tenha eco em todo o mundo. E embora esta ressonância seja forte, nem todos a percecionam da mesma forma. Por isso, o papel do tradutor profissional é essencial para que a comunicação entre culturas possa fluir.
Mas será que esta tarefa consiste apenas em verter palavras de um idioma para outro? A resposta é: não. Traduzir é muito mais do que trocar palavras: é interpretar, adaptar e ser um verdadeiro assessor cultural.
Diversidade e sensibilidade cultural na tradução
O que dizemos diz muito sobre quem somos. Mas também sobre a nossa origem, os hábitos e costumes do nosso povo.
A idiossincrasia das coisas não é individual, mesmo que o pareça. É o resultado da forma como a cultura molda a nossa maneira de pensar e de como o pensamento coletivo transforma a cultura. Portanto, podemos afirmar que as diferenças culturais têm grande impacto na forma como as mensagens (e os factos) são compreendidas.
Por isso, para que uma tradução seja eficaz, é preciso muito mais do que a substituição de palavras e frases. Cada cultura tem as suas próprias expressões, os seus símbolos e os seus valores, e ignorar essas nuances pode levar a sérios mal-entendidos.
É aqui que entra a sensibilidade cultural (ou cultural sensitivity), uma competência essencial para o tradutor, que deve adaptar o conteúdo ao contexto cultural do público-alvo.
O papel do tradutor profissional como assessor cultural
O tradutor profissional atua como um verdadeiro assessor cultural, garantindo que o conteúdo seja não apenas linguístico, mas também culturalmente adequado.
Imagine, por exemplo, uma campanha publicitária para um público em Portugal, mas que inicialmente se destinava a um público japonês ou, talvez, norte-americano. Enquanto um tradutor automático pode traduzir o texto para o português, apenas um tradutor com conhecimento cultural sabe adaptar o tom, as referências e até o estilo da mensagem para que ela seja entendida corretamente.
Assim, evita-se a reprodução de estereótipos ou informações que possam parecer estranhas ao público local. Para além disso, pode também criar conteúdos interessantes e relevantes para o público português.
A adaptação cultural é um diferencial que agrega valor à tradução.
Áreas onde a sensibilidade cultural é fundamental
A sensibilidade cultural é indispensável em várias áreas de tradução, especialmente em setores onde a precisão e o contexto cultural são essenciais. Alguns dos casos mais comuns incluem:
- Documentos legais: Para traduzir um documento jurídico é fundamental contar com um tradutor profissional que evite confusões e facilite o entendimento. Também é importante lembrar que esses documentos frequentemente incluem conceitos e terminologia únicos, que seguem uma fórmula pré-definida em cada país. Uma tradução sem adaptação cultural (ou incorretamente efetuada) pode levar a mal-entendidos com potenciais consequências jurídicas ou económicas.
- Marketing e publicidade: As campanhas de marketing exigem uma conexão emocional com o público, e a adaptação cultural ajuda a tornar a mensagem relevante e impactante, respeitando valores e crenças locais. Para empresas que buscam traduções em inglês e pretendem alcançar novos mercados, considerar a cultura é essencial, seja em países onde o inglês é a primeira língua quer não.
- Tradução literária: Quando um livro estrangeiro entra nas nossas terras, a tradução para o português precisa de transmitir a essência cultural da obra original sem perder o impacto emocional. Traduzir literatura significa adaptar emoções, referências culturais e o estilo do autor. Ao traduzir, é preciso considerar como cada detalhe afetará o leitor na língua de destino para preservar a essência da obra.
- Conteúdos educacionais e de treinamento: Em materiais de e-learning, por exemplo, é crucial que as referências culturais sejam ajustadas para que o conteúdo seja claro e útil para o público-alvo, garantindo uma experiência de aprendizagem eficaz e estimulante.
A importância da inclusão e representação na tradução
A tradução não só facilita a compreensão, como também pode promover a integração de diferentes grupos culturais e a valorização da diversidade linguística.
Um linguista profissional atento à inclusão respeita a terminologia adequada a diferentes grupos e ajuda os membros de uma determinada cultura a sentirem-se incluídos no conteúdo. Isto, por sua vez, pode fazer com que os leitores se sintam mais motivados a agir (caso de o texto ter como objetivo induzi-los a fazer algo).
Um exemplo prático do acima exposto é quando uma equipa de tradutores profissionais opta pelo uso de linguagem neutra, quando apropriado, ou faz adaptação de expressões que, em diferentes contextos, podem ter conotações sensíveis.
Esta abordagem é especialmente relevante em textos institucionais, governamentais e educativos, onde a inclusão e a representação devem não só refletir os valores de igualdade e respeito da sociedade em geral, como também promovê-los.
O tradutor como facilitador de conteúdos culturalmente conscientes
Ao considerar a integração no processo de tradução, as empresas conseguem estabelecer uma conexão mais profunda e autêntica com os seus públicos diversos, promovendo confiança e empenho.
É por isso que a figura do tradutor profissional como assessor cultural é fundamental para a comunicação internacional, se se pretende não só transpor as barreiras linguísticas, mas também abraçar as diferenças culturais.
No fim de contas, uma boa tradução é mais do que uma boa troca de palavras: É um diálogo entre culturas, que promove entendimento e respeito.
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